26 julho 2006

Manhã de inverno

Manhã de inverno
Manhã fria
Tênue névoa cobre o lago
Nas margens pastam gansos
Tal visão me embaça a mente e me remete
A um momento passado de grande contentamento
Eu em um barco, rio acima
Contra a corrente, rio caudaloso
Rio de Mato Grosso
A quilha cortando as águas
Silêncio só quebrado pelo
Ruído do motor e
O farfalhar das águas
Que contra a quilha se chocam
Chovera dias atrás, rio acima
Caudal volumoso
Ilhotas de aguapé, rio abaixo
Chocando contra quilha, abrem-se em duas e
Deslizam suavemente pelas laterais do barco
Desenhando belas guirlandas
Raia o dia, a bruma desvanece
Nas margens, capivaras, jacarés, tuiuiús
Nos ares, papagaios, baitacas, araras azuis
De longe um ruído rouco
Um bando de bugios saúdam o novo dia
Imagens idas
Imagens bem vividas
Jamais olvidadas
A.C.

3 comentários:

Anônimo disse...

Deus quando lhe fêz,estava inspirado.
Imagina,além de poeta,também artista???

Dea Conti disse...

Saudades das pescarias naquele rancho dos maçons... como é que se chamava mesmo o tal vilarejo?

Anônimo disse...

Eu desejaria poder te levar, na cauda do meu cometa, de volta àqueles dias de pescaria que hoje te dão tanta saudade. Eu amo você, viu, pai?