11 maio 2006

Bom dia, doutor!


- Bom dia, doutor.
- Bom dia. O que acontece?
- Dor no peito.
- Com efeito, precordialgia.
- E daí, doutor?
- Ecocardiografia, lógico, com estresse farmacológico.
- E a azia?
- Fibroendoscopia e ultrassom.
- Ultrassom?
- Bem, se houver pedra na vesícula, videolaparoscopia e, pela mesma via, e no mesmo ato, lá se vai a vesícula e a hérnia de hiato.
- Mas, doutor, não precisa perguntar, examinar?
- Perguntar, examinar? Minha nossa! Isso é coisa de médico de roça, sem tecnologia!
A.C.

2 comentários:

Dea Conti disse...

Adoro esse diálogo-poema, pai! Penso que a união entre o saber, a experiência e a sensibilidade poética é, além de exercício interessante, prova de que o cotidiano se apresenta inteiro para a apreciação estética. Pena que poucos de nós o percebam...

Anônimo disse...

gostei muito, apesar de refletir uma triste realidade que é esse triângulo médico-paciente-convênio nos dias de hoje!
Saudades vovô,
te amo muito!
Beijos Fafá